E mais uma vez ele chegou. Eu não devia temer algo como isso, afinal, ele vai chegar todos os anos, mas eu continuava a temer. Talvez eu não gostasse de despedidas, talvez eu não conseguisse ser feliz em uma época em que todo mundo era feliz. Eu não conseguia ver felicidade naquilo tudo. E eu tentava, tentava com todas as minhas forças, e continuava não conseguindo. Vejo meu sorriso refletido no espelho, parecia tão real, tão verdadeiro, mas não era. Eu sabia o que estava sentindo e estava longe de ser felicidade. Era angustia, uma angustia tão forte que havia momentos em que eu achava que ela ia me sufocar.  Mas agora, a única coisa que eu posso fazer é fingir, fingir que gosto, fingir que estou feliz. Por que se eu não estou, nesse momento, só eu devo saber disso.