E mais uma vez ele chegou. Eu não devia temer algo como isso, afinal, ele vai chegar todos os anos, mas eu continuava a temer. Talvez eu não gostasse de despedidas, talvez eu não conseguisse ser feliz em uma época em que todo mundo era feliz. Eu não conseguia ver felicidade naquilo tudo. E eu tentava, tentava com todas as minhas forças, e continuava não conseguindo. Vejo meu sorriso refletido no espelho, parecia tão real, tão verdadeiro, mas não era. Eu sabia o que estava sentindo e estava longe de ser felicidade. Era angustia, uma angustia tão forte que havia momentos em que eu achava que ela ia me sufocar.  Mas agora, a única coisa que eu posso fazer é fingir, fingir que gosto, fingir que estou feliz. Por que se eu não estou, nesse momento, só eu devo saber disso.


Um vento esfria minhas pernas e levanta um pouco minha saia. Eu não me importo se as pessoas vão ver mais do que deviam. Eu não me importo com mais nada. Eu estou quebrada por dentro.

Eu nunca havia pensado, nunca tinha me passado pela cabeça, que um dia você iria me magoar, iria trair minha confiança desta maneira.

Uma lagrima fria desce por meu rosto, não me dou trabalho de limpá-la. Eu já estou cansada de fazer o papel de forte, outras coisas podem ter um efeito bem pequeno em mim, mas isso realmente foi mais do que eu suportava.

Eu queria te dizer tanta coisa... Mas nada disso vai descrever o que eu sinto de verdade. Eu gostaria que você crescesse, e pensasse em seus atos. Eles machucam muito e eu sou uma das provas disso.

Eu vou ficar bem, um dia talvez. Mas por enquanto, deixarei as lagrimas salgadas arderem nas feridas dos seus atos.


Eu queria que fosse só nós dois aqui de novo.

Eu me lembro como se fosse ontem, nós rindo das idiotices que cada um fazia. Nossas mãos sujas de farinha enquanto fazíamos aquele bolo de chocolate feito para comer a tarde toda e completamente quente, para depois nós dois disputarmos o banheiro por causa da dor de barriga. Eu ainda me lembro de como o meu cabelo caia em meus olhos e você o colocava atrás da minha orelha como se fizéssemos parte de algum filme de romance repetitivo. Eu ainda me lembro de como você me olhava com luxuria nas preliminares. Eu ainda me lembro quando era só nós dois.

Mas nada disso existe mais, a não ser em minha memória. Agora nós evitamos nos encontrar. Agora nós passamos um pelo outro como se não nos conhecêssemos. Agora nós somos dois desconhecidos.

Por que deixamos isso acontecer? Como isso aconteceu?

Eu só queria que fosse para sempre o que não é mais.


Era mais ou menos 10h da manhã. O Sol estava no alto, poucas nuvens coloriam o céu. O casal de adolescentes sentava de mãos dadas a frente da praia. A garota, loira com os cabelos tão claros que pareciam brancos preso nos dois lados da cabeça, logo abaixo da orelha, devia ter no máximo 16 anos. O garoto, também loiro, mas de algum tom mais dourado tinha os cabelos cacheados e davam-lhe um ar angelical, devia ter uns 17 anos.

Ele falava alguma coisa para ela e a cada palavra seu sorriso aumentava mais. Eles estavam em um mundo só deles, com sorrisos, beijos, juras de amor.

Era difícil dizer a quanto tempo estavam juntos. 2 meses ou 6 anos? Os olhos dela brilhavam de paixão intensa e os deles refletia essa mesma luz. Ali estava um casal que não iria ser separado tão facilmente.


Ele ainda sentia o cheiro dela em sua pele; era inebriante. O sabor dos beijos e o desejo de sentir o gosto doce e suave do sangue dela em sua boca. Nada se comparava aquele gosto. O desejo o estava sufocando e não foi surpresa perceber que havia parado no meio do caminho para sentir a presença dela.

Por estranho que lhe parecesse, sabia onde ela estava naquele momento. Ele sentia o medo dela como se fosse seu, sentia a respiração dela ao seu lado, sabia que ela tentava ser corajosa quando na verdade o pânico a dominava.

As perguntas voltavam a sua cabeça: Qual era a ligação entre eles? Que elo era aquele, tão forte que ele poderia conseguia senti-la ao seu lado mesmo ela não estando ali? Seria possível que o que os unia pudesse superar toda a diferença de seus corpos e almas? E por que o elo parecia aprofundar-se cada vez mais? Começou de forma sutil e quando ele a conheceu, nem a respiração dela conseguia perceber, ela não existia e agora estava tão forte, tão impregnada nele que se ela desaparecesse, ele tinha certeza que morreria de tristeza.

Invasora: A Convocação – J. S. Damolin

Era o seguinte: antes, a diferença entre luz e escuridão era muito simples. Uma era boa e outra má. Porém, de repente, isso deixou de ser tão óbvio. A escuridão ainda era um mistério, algo escondido, algo do qual se tinha medo. Porém, eu passei a sentir medo da luz também. De olhos fechados, eu só via o breu, o que me lembrava desta única coisa: o meu segredo mais profundo. De olhos abertos, havia somente o mundo que não sabia de nada, brilhante, inescapável e, de alguma maneira, ainda lá.

Just Listen - Sarah Dessen

Eu estou contida. Em um lugar que eu não conheço, mas também me lembro. Como se fosse de uma fotografia muito antiga. Olho para as paredes brancas, os quadros de uma fazenda, a cama arrumada, o livro antigo na mesa de cabeceira.

O que era aquilo tudo? O que eu era agora? A que eu fui reduzida? Olho minhas mãos, sem cicatrizes, sem defeitos, as unhas sem esmalte, mas lixadas perfeitamente. Aquela não era eu.

A minha vontade era explodir, mostrar o que eu era, mas eu estava presa, contida por aqueles que eu julgava que ia me proteger. Eles protegeram, mas não sabia que eram de proteger de mim mesma. Agora eu vou me perder em mim mesma, esquecer o que eu sou, os meus gostos, de minhas manias. Serei apenas mais uma maquina no planeta e não há nada e nem ninguém para impedir isso de acontecer.


Tum. Tum. Tum. Tum. Tum.

A batida do coração do animal fazia o seu ritmo. Ele observava de longe, invisível nas arvores, esperando o momento certo para atacar.

Crack.

O esmagar de um galho sobre o pé do animal deu o sinal de partida. Ele começa a correr a pequena distancia que o separa de sua presa.

Em pouco tempo a presa está dominada, o predador suga todo o seu sangue, a matando. Ao terminar, levanta-se e limpa a boca com as mãos.

Ele estava saciado, e o leão morto aos seus pés.


O vazio interrompe a minha pele. Tão rodeada de pessoas, mas tão sozinha. É tão fácil ver o que está acontecendo do meu ponto de vista, ver a minha personalidade desaparecer por trás desta mascara, desta pessoa que eu não sou.

Mudar quem eu sou por alguém é uma possibilidade que nunca me passou pela cabeça, mas a escondo. Não é uma atitude que me orgulho, mas o que eu posso fazer se estou em uma sociedade tão cheia de padrões?

Tempo. Aquele velho traidor. Ele promete mil coisas para depois, quebrar todas. Aquele para sempre? Onde está querido tempo?? Aquilo que você disse que ia tirar de mim ainda está aqui, sabia? Só que o tempo não tem medo de se esconder. Cara de pau não? Na verdade... eu não sei. É um pouco injusto culpá-lo de todas essas coisas. Ele nunca me prometeu nada, não de verdade. Eu me enganei, eu me prometi, eu deveria estar atrás de respostas de mim mesma.  Mas o tempo poderia ter parado alguns dias atrás, quando eu e ele estávamos debaixo da sombra de uma arvore olhando a Lua, não? Ou então andado mais rápido quando ele virou as costas e não olhou de volta. Sabe de uma coisa?? A dor me deixa incapaz de pensar claramente.

[Aviso]

Olá seguidores,

Eu acho que estou em divida com vocês. Não posto aqui a bastante tempo, mas quero esclarecer que não pretendo abandonar o blog. A minha postagem aqui sempre foi inconstante, então é bem comum haver hiatos. Espero que entendam isso.

Também acho que vocês viram que adicionei uma aba nova ao menu do blog. Bem, lá não vai ter apenas uma introdução ao blog, tem também uma pequena biografia minha, com links para me acessarem e também um F.A.Q. O que é F.A.Q vocês devem estar se perguntando. F.A.Q são as perguntas mais frequentes. Quando vocês postam perguntas nos comentários como É você que escreve eu quero responder, mas o blogger não responde comentários, então eu criei o F.A.Q. para que quando vocês me perguntarem alguma coisa, pode ir lá que eu vou responder. Podem confiar, pois eu vou sim responder. 

E também, vou postar hoje. Espero que continuem a frequentar o blog.

Beijos, A Autora


Isso é um jogo sem regras. É um jogo macabro. É um jogo difícil. Mas eu continuo a jogar, sem medo. Sei que não posso ganhar, mas vou morrer tentando. Isso é importante para mim. A morte não é nada. Tem que ser astuto, tem que ser inteligente.  Só não sei se serei capaz de seguir.


Paz. Será que é tão difícil conseguir paz? As pessoas gritam no meu ouvido, exijam que eu lhes dê atenção, exijam que eu faça tudo o que elas querem. Mas eu não quero, eu não posso, eu tenho a minha vida, eu tenho as minhas coisas para fazer. Mas elas não vão entender tão fácil. E a minha paz continua a ser esvair e se mostrar tão longe de alcançar.



               A minha vida não é perfeita. Eu não sou perfeita. Não tenho irmãos perfeitos. Não tenho pais perfeitos.

              Há 12 anos atrás tudo parecia perfeito. Contos de fadas,castelos, princesas, príncipes, fadas madrinhas, anjos da guarda.

              Nada de irmãos.
              Pais separados.
              Injustiça de mim mesmo.
              Esperanças perdidas.
             
              Lembro-me que aos 7/8 anos eu via uma propaganda em que a mãe ensinada a filha a se maquiar e depois a limpar tudo. Lembro-me também que sonhava com o dia em que minha mãe me pegaria e me mostraria os mesmos ensinamentos.
             
             Esse dia nunca chegou.

             Agora ando com os olhos pretos, expressões irritadas e dores de cabeça.
             Cresci forçada.

             Hoje minha mãe reclama de minhas atitudes. Pede para que eu tire a maquiagem, relaxe as expressões, pare de reclamar.
             Mas meu único desejo é virar-me para ela e dizer, “Por que você nunca me ensinou a passar a maquiagem de maneira certa? Por que você nunca parou com suas coisas para ficar comigo? Por que você só enxerga os defeitos? Por que você não tenta pensar e parar de maltratar pelo fim do seu casamento?”.

              Mas eu não faço isso.
              Eu sei me controlar.
              Aprendi a ser educada.
              Sozinha.


Seu mundo vai caindo aos poucos. O teto desmorona sob a sua cabeça. Fico vendo ali, ao longe com um sorriso no rosto. A muito tempo eu havia lhe avisado, você não me ouvira. E ai está o preço que você tem que pagar por isso, o fim do seu mundinho.

A visão do seu desespero é maravilhosa para mim. Sinto a felicidade e a vingança percorrer todo o meu corpo.

Espero que me ouça na próxima vez.



Correr atrás dele era besteira. Ela sabia disto, eles vão até ela. É só ficar parada e esperar. Mas as vezes esse esperar pode demorar mais do que esperamos.