O cheiro do medo entra de repente por meu nariz, como se o vento tivesse mudado de direção e trago este odor até mim, mas não há ninguém em quilômetros que poderia exalar um cheiro tão peculiar. Devagar percebo que o odor vem de mim. Sou eu quem está com medo, sou eu a presa agora.
A escuridão me impede de ver qualquer coisa, e não poder ver a fonte do meu medo o faz aumentar. Tento manter-me imóvel, não produzir nenhum ruído, mas a tentativa parece piorar, meu peito move-se mais rápido com a minha respiração e meu coração parece um tambor.
Ouço um sussurro que aos poucos vem mais alto, ele é identificável no começo e eu não sei de onde ele vem ou se vem de minha própria cabeça, mas aos poucos consigo entender as palavras.
“Shh... ficará tudo bem.”
Algo nessas palavras me avisa que o fim está próximo. Um barulho perto de mim me faz ceder aos instintos e gritar, consigo contar até 5 até que a faca me atinge no coração e minha ultima respiração é o meu adeus.