Eu estou contida. Em um lugar que eu não conheço, mas também me lembro. Como se fosse de uma fotografia muito antiga. Olho para as paredes brancas, os quadros de uma fazenda, a cama arrumada, o livro antigo na mesa de cabeceira.
O que era aquilo tudo? O que eu era agora? A que eu fui reduzida? Olho minhas mãos, sem cicatrizes, sem defeitos, as unhas sem esmalte, mas lixadas perfeitamente. Aquela não era eu.
A minha vontade era explodir, mostrar o que eu era, mas eu estava presa, contida por aqueles que eu julgava que ia me proteger. Eles protegeram, mas não sabia que eram de proteger de mim mesma. Agora eu vou me perder em mim mesma, esquecer o que eu sou, os meus gostos, de minhas manias. Serei apenas mais uma maquina no planeta e não há nada e nem ninguém para impedir isso de acontecer.
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